31/08/2009

Indo eu, indo eu... a caminho de Viseu!


Nem nas férias... pare onde pare lá está o nosso Viriato!

17/08/2009

Haja quem se lembre!

Interrompo o descanso para registar a preocupação com o herói lusitano! Já que a Autarquia e o Turismo da região, ao contrário do que Zamora faz há muito tempo, nunca se preocuparam em apostar neste símbolo inconstestável da cidade, ainda bem que esta marca VIRIATVS surge! Tenho para mim que devem andar a pensar em substituir-me pelo "modelo" cabeçudo de outro herói que anda por aí a ser espalhado por tudo o que é rotunda da cidade!

07/08/2009

O descanso do guerreiro!

Naquela sexta feira, Viriato reuniu os seus homens e disse-lhes:
- Fiquem atentos! O inimigo romano não dorme e a qualquer instante pode atacar!
- Senhor, eles são mais de espalhar a má língua, a perfídia e a traição! Não nos atacarão... podeis ir descansado!
- Assim seja! Gozarei uns dias no recanto do meu secreto ninho de amor com a minha princesa!
E, tranquilo, Viriato partiu de férias!

Viriato, um chefe invencível

Ninguém sabe ao certo quando nasceu Viriato nem a que família pertencia. Segundo a tradição, durante a juventude terá sido pastor nos Montes Hermlnios, que hoje se chamam Serra da Estrela (1).
Há quem diga que Viriato participou desde muito novo em assaltos-relâmpago às povoações dominadas por romanos. E que já então se distinguia pela agilidade, pela força e pela inteligência guerreira.No entanto, foi um dos homens que acreditaram nas promessas de Galba e desceram à planície na intenção de se instalar e viver em paz numa terra fértil. Assistiu ao ataque traiçoeiro; não pôde lutar porque não tinha armas, mas conseguiu fugir.
Depois do massacre, todos os lusitanos sobreviventes regressaram aos seus castros nas montanhas. A pouco e pouco reorganizaram-se, fabricaram armas e prepararam o contra-ataque.
No ano 147 a.C. dez mil lusitanos em fúria avançaram para sul e dirigiram-se a uma zona dominada pelos Romanos.
Queriam saquear as povoações e vingar a morte dos companheiros, mas quando menos esperavam perceberam que estavam cercados à distância por um anel de soldados inimigos. Que fazer?
Os chefes, para evitarem nova carnificina, propuseram-se ir negociar a rendição. Viriato opôs-se com veemência. Erguendo a voz, lembrou:
- Os Romanos não respeitam promessas. Enganaram-me uma vez, não me tornam a enganar. Comigo não contem para negociações. Prefiro lutar ou morrer.
O discurso e a firmeza impressionaram toda a gente, sobretudo os outros chefes. E Viriato continuou:
- Se não podemos vencê-los pela força, vencê-los-emos pela astúcia. Ora oiçam o meu plano.
Propôs-lhes então o seguinte: os homens que combatiam a pé deviam formar grupos e a um sinal combinado disparar em todas as direcções e romper a barreira que os cercava sem dar tempo aos inimigos de se organizarem.
- Enquanto vocês fogem, eu e os outros cavaleiros caímos sobre eles ora de um lado ora de outro, de forma a derrotá-los e a proteger a vossa fuga.
O plano foi aceite; faltava combinar o sinal.
- Fiquem atentos. Quando eu montar a cavalo, já sabem... é ordem para arrancar.
Pouco depois ecoavam gritos de guerra pelos campos, zuniam setas e lanças, por toda a parte se ouvia o tinir das espadas. Os romanos não estavam à espera daquela táctica-relâmpago e, tal como Viriato previra, desnortearam-se. Muitos grupos de peões romperam o cerco e desapareceram, enquanto os bravos cavaleiros lusitanos, apesar de estarem em minoria e de possuírem armas mais fracas, lutavam sem cessar.
O campo de batalha ficou juncado de mortos, o próprio general romano perdeu a vida, mas não se pode falar de vitória ou derrota. Neste confronto, Viriato, mais do que vencer os Romanos, salvou os Lusitanos. A partir de então foi reconhecido e amado como chefe máximo por todas as tribos.
As mulheres sonhavam com ele, os homens admiravam-no, acatavam as suas ordens e seguiam-no com tanto entusiasmo e convicção que durante anos lançaram o terror entre as hostes inimigas. Viriato parecia invencível. E, de facto, em guerra aberta ninguém o derrubou.
No ano de 139 a.C. Viriato foi assassinado à traição, quando dormia na tenda, por três homens da sua tribo que os Romanos tinham aliciado e subornado. Os Lusitanos choraram longamente a perda daquele chefe querido e ficaram muito enfraquecidos. Quanto aos assassinos, parece que não chegaram a obter nenhuma recompensa pelo crime. Segundo consta, foram recebidos com desprezo pelo chefe romano, que lhes terá dito «Roma não paga a traidores».
É engraçado que tudo o que sabemos a respeito deste homem que os Portugueses consideram como o primeiro dos seus heróis foi escrito por autores romanos. Impressionados pela personalidade forte, austera e recta do chefe lusitano, impressionados também pelo imenso valor que demonstrava na guerra, escreveram vários textos elogiosos sobre ele. Apesar de serem adversários, foram os Romanos que deram a conhecer ao mundo a figura de Viriato.(1) Os historiadores actuais consideram que a ideia de Viriato ter sido pastor nos Montes Hermínios é lendária.
in Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Portugal - História e Lendas, ed. Caminho

Os Romanos assim disseram...

Citações de alguns dos maiores antigos historiadores romanos:
-"... Viriato, um Lusitano de nascimento, sendo pastor desde criança nas altas montanhas da Lusitânia, foi para todos os romanos motivo do maior terror. A príncipio armando emboscadas, depois devastando províncias, por último vencendo, pondo em fuga, subjugando exércitos de Pretores e Cônsules romanos. ..." Orósio (5.4.1)
-"... Viriato, nascido e criado nas mais altas montanhas da Lusitânia, onde foi pastor desde criança, conseguiu reunir o apoio de todo o seu povo para sacudir o jugo romano, e fundar uma grande nação livre na Hispânia (Península Ibérica). ..." Floro (1.33)
-"... Este Viriato era originário dos Lusitanos... Sendo pastor desde criança, estava habituado a uma vida dura nas altas montanhas... Famoso entre as populações, foi por eles escolhido como chefe..." Diodoro Sículo (33.1.1-4)

06/08/2009

Viriato em video

Uma história do tempo dos Romanos

Depois de muitas lutas, os chefes lusitanos decidiram propor a paz. Se os Romanos lhes dessem boas terras férteis na planície, não lutariam mais.
Um chefe romano chamado Galba fingiu aceitar a proposta e ofereceu-lhes um local esplêndido na condição de entregarem as armas. Mas quando os viu espalhados por uma zona sem esconderijos e já sem hipóteses de se defenderem, esqueceu a palavra dada, cercou-os, matou nove mil homens e, não contente com isso, aprisionou mais de vinte mil e enviou-os como escravos para a Gália (actual França).
Galba pensava que a notícia desta vitória seria muito bem recebida em Roma e talvez até estivesse à espera de alguma recompensa. Também pensava que a violência do seu ataque tinha destruído para sempre a resistência dos Lusitanos. Afinal enganou-se redondamente.
As autoridades romanas davam muito valor às vitórias militares mas exigiam lealdade na guerra e respeito pelos inimigos. Quando souberam que Galba mentira aos Lusitanos para os vencer à traição e que atacara homens desarmados, homens que tinham confiado na palavra de um chefe romano, ficaram indignados. Em vez de recompensas, Galba foi chamado a Roma e julgado em tribunal. Nunca mais voltou à Península Ibérica.
Quanto ao efeito da violência bruta sobre os Lusitanos, foi exactamente o contrário do que Galba esperava. Em vez de ganharem medo, ganharam raiva contra o inimigo. Um dos homens que conseguiram escapar à carnificina tomou a seu cargo a vingança e a revolta. Chamava-se Viriato. Dois anos mais tarde já tinha consigo um exército de milhares de homens vindos de vários castros; desencadeou ataques sucessivos contra os Romanos, alcançando tantas vitórias que passou à história como um grande herói, um chefe invencível.
in Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Portugal - História e Lendas, ed. Caminho

03/08/2009